Sentinela

Originalmente publicado em www.cenadecinema.com.br (01.08.2006)

Crítica do Filme “Sentinela” (Clark Johnson, 108 min., EUA, 2006).

Breve Análise
Neste seu segundo trabalho como diretor (o primeiro foi S.W.A.T. – Comando Especial, 2003, EUA), Clark Johnson conseguiu uma mescla de thriller político/policial com clima ora de ação, ora investigativo. Co-produzido por Michael Douglas (que também atua como o agente Pete Garrison), Sentinela tem uma linguagem bastante familiar para quem é fã do gênero. Câmeras tremendo, aproximações rápidas de imagem e pistas reveladas ao longo do filme. Traições (sim, no plural) e confrontos de hierarquia, completados por uma edição que em alguns momentos lembra filmes com roteiros menos lineares como Efeito Borboleta (The Butterfly Effect, Eric Bress e J. Mackye Gruber, 2004, EUA) e em outros deixa o espectador crente de estar assistindo ao seriado 24 horas. Aliás, é impossível não haver comparações. Kiefer Sutherland atua muito bem como o agente secreto David Beckinridge, concluindo uma espécie de Jack, porém sem precisar estar sempre fugindo de seus superiores, conseguindo agir sem dever nada a ninguém.

A História
Em uma livre sinopse, existe um traidor entre os homens do serviço secreto que protege o presidente dos Estados Unidos da América. O indivíduo está agindo como espião duplo, fornecendo informações para que a organização terrorista consiga pôr em pratica um atentado contra o presidente, planejado para o dia da reunião do G-8. Entra em cena o personagem de Kiefer Sutherland, o investigador David Beckinridge que com auxílio de sua nova parceira e aprendiz Jill Marin (Eva Longoria, do seriado Desperate Housewives) que foi treinada na academia pelo personagem de Michael Douglas, o agente responsável pela segurança da primeira dama e ex-melhor amigo de David, Pete Garrison. David e Garrison têm uma richa passada, pois Garrison teve um caso com a ex-mulher do amigo. Paralelamente às investigações para descobrir quem é o traidor do serviço secreto, Pete Garrison sustenta um antigo caso de amor reprimido com a primeira dama, caso este responsável por chantagens por parte dos terroristas sobre Garrison.

Política, Tiroteio e Kiefer Sutherland
Ao visualizar o cartaz do filme é de se supor que, como citado acima, ao menos uma pitadinha de 24 horas deve conter. Mas a fita não é uma cópia descarada. Apenas aproveita os elementos do seriado como forma de incrementar a trama. Quem fica tenso e se irrita quando Jack Bauer é obrigado a agir escondido ou quando ele ordena algo e os outros personagens fazem completamente o contrário se sentirá recompensado ao assistir David Beckinridge, um personagem ao melhor estilo Jack Bauer, porém de terno e gravata, durão e correto dentro das normas do serviço secreto. Sempre prestes a perder a cabeça, David é um coadjuvante que quase rouba a cena por sua postura e autoridade.
Michael Douglas consegue muito bem exprimir os sentimento de Garrison, sempre em uma faca de dois gumes. Em qualquer situação em que ele se encontra deve escolher e geralmente ambas as opções terão graves efeitos colaterais.
Kim Basinger, no papel de primeira dama adúltera consegue algumas caras e bocas de angustia mas põe tudo a perder na maior tranqüilidade quando pede ajuda a David, explanando a situação como se tudo estivesse resolvido, adiantando assim, apenas com uma expressão facial, o final da trama.
O filme como um todo funciona, intercalando momentos de marasmo com os de roer as unhas. É uma película para quem gosta de filmes policiais, políticos, triângulos amorosos, intrigas e claro, 24 Horas, sem tomadas em tempo real.
Mário Pertile
Posted on 4/10/2008 by Mário Pertile and filed under , | 0 Comments »

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