Simplificando a vida: A Lógica Implícita nos Honorários de um Estúdio de Criação ou Free Lancer.

Antes, é bom esclarecer o que é um Estúdio de Criação. Um Estúdio de Criação é parecido com uma agência de publicidade, mas especializado em algum tipo de trabalho ou área específica, ou vários. O Estúdio de Criação também pode (e deve sempre que possível para facilitar a vida do cliente) agenciar veiculações e produções, mas este não é o foco principal, como o da agência propriamente dita.

Um Estúdio de Criação não precisa ser necessariamente voltado ao mercado publicitário, sendo que o foco do Estúdio é a especialização de profissionais qualificados em uma ou mais áreas, como por exemplo, internet, design, planejamento, arquitetura, moda, idéias em si - Este último ramo tem funcionado bastante em países da Europa, onde o cliente encomenda idéias para o estúdio, idéias essas que podem ser para uma infinidade de interesses.

Só para exemplificar, no caso do Estúdio Buteko a especialização é imagem empresarial e produção de conteúdo e, obviamente, todas as ferramentas necessárias para o desenvolvimento de tal proposta, como design, redação, arte, internet, mídias sociais e afins.

Diferente de agências de publicidade onde o foco e a maior fonte de renda são os agenciamentos de veiculação de anúncios e produções, gerando comissões convertidas para a agência, os Estúdios de Criação são remunerados por trabalhos, pacotes de jobs ou fee's (taxas) mensais. Ok, até aí tudo bem, nenhuma novidade.

Mas acredito que ninguém tenha parado para pensar, na hora em que recebeu um orçamento de um Estúdio de Criação, quais foram os parâmetros utilizados para tabelar este valor, ou ainda, muita gente (muita mesmo) deve achar que nem parâmetro existe, que os valores são passados de acordo com a necessidade do estúdio naquela ocasião, ou algo do tipo. Pois bem, não é assim que a coisa funciona.

Temos por base que um Estúdio de Criação é uma reunião de mentes pensantes, mentes essas cada uma focada em sua área (redação, arte, planejamento, vendas, etc) que juntas pensam pelo cliente com o intuito de resolver algum problema de comunicação, ou formas de aumentar as vendas, levantar a imagem da empresa,  ou o que quer que seja que o cliente esteja necessitando. Ele chega no Estúdio com algum problema a ser resolvido e o Estúdio então passa a estudar formas de execução para a resolução deste cliente.

Um Estúdio de Criação pode ser sediado em um escritório, ou pode ser baseado em homeoffice, esta segunda forma com os profissionais separados em escritórios em diversos lugares, geralmente conectados uns com os outros de forma online 24h por dia, que se reúnem periódicamente em um QG para discutir as pautas, jobs, definir prioridades, delegar funções e partir para a ação. Em qualquer uma das formas de trabalho existem custos envolvidos: Aluguel, luz, água, telefone, internet, funcionários, material de escritório e tudo mais relativo à custos fixos e variáveis que qualquer empresa tem.

Tomando por base um Estúdio de Criação voltado ao mercado publicitáro, ou Imagem Empresarial,  o trabalho essencial desse Estúdio é resolver os problemas de comunicação de seus cliente, pois os mesmos tem outras coisas para se preocuparem como administração, logística, funcionários, caixa, etc, e, por mais organizada que seja uma empresa e por mais tempo que os proprietários tenham disponível, ninguém melhor do que um profissional capacitado e de fora da situação para enxergar os problemas de forma imparcial e sem vícios, traçando metas para resolvê-los. Cada macaco no seu galho certo?

Então a equação é simples: uma vez que o trabalho de um Estúdio de Criação é pensar e executar tarefas para que outras empresas possam manter o seu trabalho qualificado, a remuneração do Estúdio é proporcional ao tempo gasto + investimento intelectual despreendido para aquela tarefa, no caso de remunerações por trabalhos + custos de sobrevivência da equipe deixados de lado durante aquele período + lucro.

Para remunerações baseadas em Fee's mensais, ocorre o mesmo, porém com uma dedicação maior da equipe, que pensará e executará ações de um porte maior durante prazos mais longos.

Resumindo a história toda: quando você está pagando um Estúdio de Criação por algum trabalho realizado, ou um fee mensal por uma assessoria, você está fazendo nada mais do que bancando uma parte dos custos que esta equipe tem no seu dia a dia para que possa dedicar um tempo exclusivo à sua empresa, sem se preocupar com as suas contas e problemas do próprio Estúdio. Você está pagando uma parte dos custos que esta equipe tem para se manter na ativa e pensando/executando por você, adicionando é claro o lucro de cada profissional envolvido. Simples assim.

Com trabalhadores Free Lancers o caso é o mesmo. Cada Free Lancer calculará seu valor de acordo com os seus vencimentos mensais, tempo gasto para se dedicar ao trabalho e adicionando aí seu lucro.

Claro que como em todo ramo de negócio existem picaretas que, dependendo da situação, tentarão se aproveitar ao máximo daquele orçamento e possivelmente podem oferecerem valores absurdos que não condizem com a realidade, assim como uma obra super faturada da prefeitura, um mecânico que se aproveita do dono do carro porque ele não entende bulhufas da rebimboca da parafuseta, e por aí vai. Falcatruas tem aos montes. Mas aí vale o bom senso do comprador para avaliar o que é melhor para ele, dentro das possibilidades do seu bolso e da qualidade do trabalho oferecido.

Então, na próxima vez que você for orçar algum trabalho com um profissional Free Lancer ou com um Estúdio de Criação, tenha em mente que o valor proposto estará incluindo o tempo de dedicação que a equipe estará investindo para resolver o seu problema

, o custo intelectual de profissionais que estudaram boa parte de suas vidas para isso e possuem uma grande experiência no mercado, sendo qualificados para resolver aquela questão específica e somado a isso, os custos fixos e variáveis que aquela equipe possui em seus vencimentos, pois ela vai largar tudo de mão para se dedicar exclusivamente às suas questões por este período. Pensando assim, sem rodeios, com certeza o valor parecerá justo para ambas as partes. (Mário Pertile)

Posted via email from Papo de Buteko

Posted on 4/06/2010 by Mário Pertile and filed under | 0 Comments »

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