#Lost - Happily Ever After - Técnica e sentimento.

Esta é uma das poucas vezes que escrevo sobre a série que me fez querer aprender muitas coisas entre literatura, física quântica, latim, escrita egípcia anciã, Star Wars... Além de todo conhecimento adquirido nos últimos 6 anos, uma das coisas mais valiosas aprendidas foi o sentimento saboroso de paciência, espera e expectativa entre uma semana e outra.

Por total ignorância facultativa, antes de então, passava longe dos seriados continuados, as tais novelas americanas como nomeia o SBT. Simplesmente não tinha saco. Séries pra mim eram as do Chespirito, Alf, Agente 86, A Feiticeira, Anos Incríveis, e essas coisas que não são do meu tempo, mas que tinham o tempo certo para acabar uma história: 1 episódio. Era só aparecer “...to be continued” que eu já ficava puto.

Num belo dia comecei a me interessar por um apelo de pessoas perdidas numa ilha, mas pela ignorância facultativa já mencionada e o afastamento proposital do universo das séries, olhando apenas fotos em matérias, sem realmente lê-las, acreditava ser algo num estilo Survivor fílmico. Já tinha estreado na Globo fazia uns dias e, como lá era veiculado um dia após do outro, bateu aquela pontinha de vontade de ver qualé, pois gostei muito de assistir 24 horas desta forma, mas parei quando Tony Almeida ainda era bonzinho. A espera entre um ano e outro realmente me enchia muito o saco.

Aí o amigo, colega de trabalho e companheiro de noitadas de Guitar Hero Hélder Silveira me perguntou o que eu estava achando de Lost. Eu disse que não estava por dentro e ele logo comentou que era bacana, tinha mistério, algo que derrubava as árvores, um urso polar numa ilha tropical e coisas paranormais. Hmmm, parecia interessante. Graças aos técnicos em eletrônica inventaram a tecla SAP, pois a dublagem de Globo era um dos motivos de eu não assistir. Peguei o bonde andando e aos poucos consegui arrumar meu assento perto da janela.

A primeira temporada assisti pela Globo mesmo, visto que já tinha passado lá nos Eua. Na segunda, acompanhei pela AXN. Aí eu já estava viciado. Na terceira e na quarta comecei a baixar os episódios na semana em que iam pro ar lá fora e na 5ª não resisti: Me rendi ao streaming, tudo ao vivo, sem legenda mesmo, para acompanhar a saga dos perdidos. E é desta forma que estou acompanhando a 6ª e última, em tempo real com a ABC. Ah, também me diverti muito com os ARG’s (pra quem não sabe, Alternate Reality Game) de intervalos de temporada, e esse foi um dos grandes motivos para que eu não ficasse puto e não enchesse o saco da coisa toda.

Hoje estou passando pelo sabor de uma grande espera. O primeiro episódio da última temporada que será centrado em um dos personagens mais enigmático da série, o brótha Desmond, vai ao ar na próxima terça feira, 6/04, pela ABC. Os episódios sobre Desmond sempre marcam a temporada, é como se fosse um marco para que, depois de um início moroso de ciclo, a gente fique com a sensação de “agora vai porra!”

Mas não é só isso que mexe com as minhas lombrigas. É escrito por Carlton Cuse e Daemon Lindelof, os roteiristas principais da bagaça toda, os caras abaixo de J.J. Abrams na hierarquia criadora e os que estão levando a série desde a segunda temporada. Daemon inclusive escreveu o episódio piloto da primeira temporada junto com J.J. e foi um dos responsáveis pela correção do argumento original, junto com ele, que antes era “passageiros de um avião perdidos em uma ilha deserta” para “passageiros de um avião perdidos em um lugar misterioso, com antigos habitantes e uma puta história por trás”. Além do roteiro, que deve ser excelente, o episódio Happily Ever After é dirigido por Jack Bender. Ok, se tu não sabe do que eu to falando, é o seguinte: Depois do J.J. Abrams, que é o criador mór do troço, essas são as três cabeças fundamentais da série. Sem esquecer é claro da trilha sonora do grande mestre, inconfundível, desgraçado de bom, Michael Giacchino.

É um episódio para todos assistirem, mesmo os que nunca assistiram e não vão entender bulhufas, mas, com certeza vão gostar do que vão ver: ENTRETENIMENTO DE QUALIDADE COM MUITA TÉCNICA E SENTIMENTO. Abaixo, o Sneak Peak do episódio.

Namastê (tá, é clichê se despedir assim num texto sobre Lost, então: See you in another life, brotha!)

Mário Pertile

Posted via email from Papo de Buteko

Posted on 4/04/2010 by Mário Pertile and filed under | 0 Comments »

0 tijolaços: